O modelo vigente de emprego formal está com os dias contados.
A atuação em um trabalho com horário fixo, tendo a rotina para iniciar e terminar, está cada dia mais distante dos assalariados brasileiros. A nova ordem mundial está em busca de profissionais altamente capacitados e que possam atuar não mais vinculados aos padrões tradicionais de trabalho, mas por meio de projetos.
De acordo com o consultor e especialista na área de Recursos Humanos, José Floro Sinatura Barros, proprietário da Floro Gerenciamento de Carreira, este modelo já é uma realidade nas empresas ”principalmente nas de médio e pequeno porte”, cita. A tendência desta mudança de relação entre empregado e empregador está cada vez mais forte, onde não há qualquer vínculo entre ambos.
O ponto positivo desta mudança é que o profissional prepara-se para trabalhar com projeto, ficando sempre antenado com o mercado. “A questão principal é que todos serão vendedores, pois terão que buscar novos trabalhos para se manter na empresa”, completa Floro. Esta nova estrutura, ainda segundo ele, mantém o empregado engajado. A liberdade de tempo para a execução dos trabalhos também é outro fator positivo.
“O profissional terá mais liberdade para agir, ou seja, poderá fazer o projeto em casa, escritório próprio, associações, entre outros, e determinar os melhores horários, mas sempre de acordo com o prazo de entrega”, garante Floro. Mas há alguns pontos negativos, principalmente no que refere-se à cultura hoje existente no país.
Esta revolução foi prevista pelo francês Thierry Gaudin, fundador e presidente do Foresight 2100, uma das mais importantes organizações mundiais de prospecção de tendências econômicas e socioculturais. Em entrevista à Revista Planeta, em agosto deste ano, Gaudin afirma que o modelo de organização do trabalho desenvolvido ao longo do século 20 passará por um processo radical de transformação. Hoje, em diversos locais do mundo, há pessoas que já retornaram ao campo ou trabalham à distância, bem como desempenham outro tipo de trabalho.
As prospecções do Foresight 2100 apontam a década entre 2010 e 2020 como o período de maior mudança nas relações de trabalho. A ligação não será mais jurídica, tornando-se cada vez mais informal. A prestação de serviços não está destinada a desaparecer amanhã, mas a imagem de um assalariado colocado sob a autoridade de um patrão durante oito horas diárias está com os dias contados. Para a organização, o modelo ainda vigente de uma semana de trabalho (44 horas), e de um emprego formal, está superado. Resta apenas aos empregadores cumprirem com a legislação de forma correta e sem exploração, como já ocorre na Europa.
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