A estratégia que muitas empresas adotam de querer ser e fazer tudo para todos não combina com o cenário competitivo dos tempos atuais.
Apesar dessa orientação, tal procedimento costuma ser encontrado em empresas que, de um momento para outro, sonham e trabalham apenas com grandes expectativas de vendas e níveis melhores de lucro, sem considerar uma análise crítica mais adequada de um conjunto de ações que a conduzem a esse painel. O objetivo do negócio fica articulado apenas para vender e faturar.
Na execução desenfreada dessa prática, a visão do negócio costuma sofrer uma ampliação; de forma que hoje é feita uma atividade para atender um segmento de mercado, depois uma segunda atividade para atender um outro e, também, mais uma, completamente oposta das demais, para um terceiro segmento. Tudo acaba sendo feito para assegurar o aproveitamento das oportunidades de negócios que surgem.
Com um cenário desse, para o dono do negócio a empresa parece estar crescendo, pois tem indicadores favoráveis de vendas e em faturamento. Entretanto, é preciso saber diferenciar cada ação do trabalho para não fazer confusão entre o que representa sinergia e valor agregado.
Aí surge um questionamento: será que só vender e faturar basta para uma empresa crescer e prosperar?
Vender e faturar são ingredientes mais do que necessários, porém, a curto prazo, os resultados proporcionados pela função das vendas e do faturamento, da forma como aqui são colocados, podem até ser animadores. A médio e longo prazo, o efeito tem característica um pouco diferente, considerando que o crescimento da empresa ocorreu de forma desarticulada, não respeitando o foco do próprio negócio.
Quando atua dessa forma, uma empresa se transforma num verdadeiro “faz-de-tudo” para todos. E quem “faz-de-tudo”, geralmente acaba tendo dificuldades de ser especialista em alguma atividade. Ser um pouco boa nisso e naquilo não adianta. É preciso ser excelente num ponto. Pense, por exemplo, em um médico: ele se especializa numa área da Medicina e não em todas. Ele precisa conhecer um pouco de todas as áreas para ter uma visão integrada da Medicina, mas não há como ele ser bom em todas. Por isso, ele tem que ter foco e, se for excelente na área que exerce, passa a ter o reconhecimento merecido.
Hoje, a empresa que deseja ser “do futuro” e “de futuro” precisa ser especialista e potencializar suas competências. Para ser especialista, requer foco. E foco não é para tudo o que se quer. Deve sim, ser canalizado para uma atividade.
Quando trabalhamos com tal idéia, a orientação não é para que a empresa deixe de ter planos maiores e resolva colocar “todos os seus ovos numa única cesta”. Certamente uma empresa precisa crescer, almejar a sua longevidade, buscar vantagens competitivas, aumentar o seu portfólio de produtos e serviços, conquistar cada vez mais clientes, obter ganhos contínuos e oferecer sempre soluções com inovação e um alto valor agregado.
Entretanto, tal ação precisa ser calculada para que a empresa explore primeiramente todo o potencial de competitividade no mercado em que atua, fortalecendo e norteando as bases do seu foco. Esse é o segredo: ser re-conhecido como líder em sua especialidade e em seu segmento de mercado.
O ponto-chave do foco é a concentração de energia, da força que a empresa tem, enfim, de sua competência, exatamente na atividade em que se tem poder e é especialista. Com o tempo e quando há um domínio claro da área em que se quer atuar, tudo tende a ficar mais fácil para trabalhar.
Como o foco permite isso, quem o tem bem definido conta com chances maiores de ser o primeiro, de ter o sucesso. Lembre-se que o futuro começa sempre com ações, mesmo que pequenas, no presente.
A empresa pode até mudar de foco, mas jamais perdê-lo. Como ele tende a distanciar-se com facilidade no dia a dia, é tarefa muito importante mantê-lo sob periódica atenção.
Sua empresa deve receber o reconhecimento que merece; isso somente será feito quando o mercado compreender claramente qual é o seu foco. E falando nisso, qual é mesmo o foco de sua empresa?
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