Num tempo em que se fala tanto em Inteligência Artificial e no uso do ChatGPT, por exemplo, sinalizando o uso da tecnologia e suas aplicações em praticamente tudo na nossa vida pessoal e profissional, é importante destacar que este movimento high tech, por mais avançado que seja e esteja (saiba que ele avançará cada vez mais!!!), não deve se afastar do lado humano, pois necessita existir para ser servido, e não o contrário.
Em termos práticos, o que se quer dizer é que o hardware, o software e seus avanços tecnológicos devem servir ao homem e não o oposto, até porque o capital humano, representado por meio das pessoas, continua sendo o patrimônio mais valioso de uma empresa, de modo que toda tecnologia surgida deve servir para potencializar o trabalho humano, notadamente em atividades que agreguem valor à execução.
Para que este lado humano execute, por exemplo, sua capacidade inventiva, à luz da criatividade, na construção de soluções para os problemas do dia-a-dia da empresa, há a necessidade primordial da própria empresa ter presente e fazer-se desenvolver em sua cultura organizacional um ambiente propício e voltado para tanto, no que diz respeito à capacidade criativa, por exemplo.
Um passo importante é desmistificar, inclusive, aquela ideia de que ‘ideias criativas’ são um dom exclusivo para poucos, ou seja, reservada apenas àqueles que têm mentes geniais e diferenciadas, com quociente de inteligência elevado.
A ideia inventiva e criativa no jeito de resolver uma determinada situação é algo mais comum do que se pensa, acessível a todos e tem a capacidade de nos levar à compreensão de um problema por diversas formas, ângulos, visões, entendimentos e interpretações.
Tudo isto permite à empresa a construção de um modelo de gestão muito mais aberto, criativo, inteligente e compartilhado, capaz de gerar engajamento dos funcionários, dada a participação que é incentivada.
Um jeito simples e fácil de promover tal proposta passa, por exemplo, pelo incentivo que a empresa deve promover com seus funcionários, estimulando-os à liberdade de expressão e ação (principalmente!) para relatar e implementar suas visões sobre assuntos que fazem parte da pauta e cotidiano organizacional.
Para tanto, é preciso incentivar e estimulá-los, com responsabilidade, compromisso e um certo tom de “maturidade”, ao exercício desta prática comportamental, dado que uma visão alternativa e diferenciada para a abordagem de determinada situação-problema, em contexto específico, por exemplo, pode aproximar o encontro de diversos caminhos para a construção de soluções.
O universo corporativo faz uso frequente de estórias, com os mais diversificados sentidos possíveis, que narram experiências e têm um sentido de aprendizado, ainda que sob senso comum e sem comprovação de veracidade (podem ser factóides!), na gestão do conhecimento de uma empresa.
O fato concreto é que elas existem e são usadas para fins de aprendizado, a exemplo destas duas estórias que apresentamos e se encaixam no contexto:
Estória 1
Há uns 20 anos, o furo dos tubos de creme dental era mínimo, bem menor do tamanho que são atualmente. Pois bem. Os grandes executivos da empresa que vendia o creme dental Kolynos (hoje Sorriso), se reuniram para definir estratégias que aumentassem a venda do produto.
No meio da reunião, entrou a mulher do cafezinho para servi-los. Ao perceber qual era o assunto principal do encontro, ela, como quem não queria nada, pediu a atenção dos senhores.
– Se me permitem, quero dar minha opinião…
– Você, uma semi-anafalbeta, sem nenhum estudo, querer opinar numa reunião de pessoas graduadas, doutoradas nas áreas em que atuam? – retrucou um dos executivos, indignado com a petulância de sua subordinada.
Ela, porém, insistiu…
– A solução é muito simples. Afinal, qual é uma das primeiras coisas que fazemos pela manhã? Apertar o tubo de creme dental, não é? Então, a solução é só aumentar o tamanho do furo por onde o creme sai. Assim, vai sair mais creme, o povo vai gastar mais e, assim, as vendas vão aumentar.
E não deu outra. Com a ideia de uma humilde senhora que servia cafezinho, até hoje os tubos de creme dental têm o furo com o tamanho maior. E, com a opinião dela, solucionou-se um problema que vinha tirando o sono dos poderosos executivos da Kolynos.”
Fonte: https://blog.microsafe.com.br/humildade-sempre-jamais-subestime-o-seu-semelhante/, com acesso em 25 de abril, às 7h12
Estória 2
“Reza a lenda que uma grande empresa multinacional que fabricava, entre outras coisas, pasta de dentes, tinha há anos, um grande problema para ser resolvido: na última esteira da linha de produção, algumas caixinhas chegavam vazias, sem o tubo de creme dental. Ocasionando dificuldades comerciais para a empresa, e consequentemente perda de lucratividade.
O que fez a multinacional?
Contratou dois engenheiros para resolver o problema. Os dois engenheiros trabalharam por três meses, consumindo oito milhões de reais e chegaram a uma solução "estupenda": um programa de computador, acoplado à esteira de aço com uma balança ultrassensível. Quando passava uma caixinha vazia o sistema acusava a diferença de peso, parava a máquina, travava tudo, um braço hidráulico vinha e tirava a caixa vazia.
Depois de dois, três meses de funcionamento perfeito, foram olhar os relatórios e descobriram que havia dois meses que o sistema estava desligado. Chamaram supervisor, gerente e chefe e ninguém sabia de nada. Chamaram os operários e alguém falou: "a gente desligou isso, porque dava um trabalho danado. Travava o tempo todo".
Então, como é que está funcionando sem defeitos?
"A gente resolveu do nosso jeito: fizemos uma vaquinha, juntamos oitenta reais e compramos um ventilador grande e colocamos na esteira. Quando passa uma caixinha vazia o vento carrega!"”
Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/lenda-da-caixinha-de-pasta-dente-vazia-marcos-monteiro/?originalSubdomain=pt, com acesso em 25 de abril, às 7h12
Quais as reflexões que você consegue absorver das estórias acima, respeitando, obviamente, seus contextos e limitações?
Analise-as sem preconceito e críticas, sob à luz de que a simplicidade, a inventividade e a criatividade estão disponíveis para uso em quaisquer circunstâncias e por quaisquer pessoas.
Muitas vezes, por mais estranhas que possam parecer, certas ideias não são tão absurdas assim quando observadas detalhadamente e há, em suas articulações, um sentido funcional que dão sustentação à lógica de sua aplicação.
Texto fornecido por Balaminut Gestão Empresarial
Rua Luís Góis, 1592, Mirandópolis, São Paulo - SP
Cep: 04043-200 | Fone: 11. 5079 8588 | Fax: 11. 5079 8585
contato@planaudi.srv.br